sexta-feira, 17 de abril de 2015

A letra cursiva está com os dias contados? Especialistas respondem



O ensino da letra cursiva (de mão) na alfabetização das crianças é considerado por alguns especialistas como ineficaz e segregador e, por outros, como um bom meio de fomentar o desenvolvimento intelectual de meninos e meninas.
A educadora Maria Helena de Moura Neves, professora de pós-graduação em letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, defende o ensino da letra cursiva.
"Quando você se põe a escrever, você não se põe a escrever pensando nas letras, você se põe a escrever pensando no sentido que você vai dar. Seus elementos são símbolos, são signos, são coisas mais compactas, com valor em si, e não, fragmentos de sinais", afirmou.
Segundo ela, a criança deveria ser apresentada à letra cursiva, independentemente de usá-la ou não após o domínio dessa modalidade de escrita.  "Não digo que as pessoas não possam escrever à mão com letra de forma, ou digitar, mas não pode ser subtraído dela a oportunidade de ser apresentada a esse tipo de escrita", disse.

A professora cita o avanço tecnológico como um fator de desenvolvimento, mas faz ressalvas. "A formação não pode ser bitolada pelo que está na moda, pelo que a gente acha que é eficiente".
Maria Helena disse acreditar que a letra cursiva não deverá desaparecer tão cedo no país. "Nós temos um país grande, com núcleos completamente diferentes. Alguns mal dispõem de um lápis e um papel", afirma. 

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